segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Everything I Left Unsaid...

Eu estou morrendo por dentro com tudo o que ficou não-dito.
Ficou não-dito porque eu não consegui falar,
ficou não-dito porque você não tinha tempo.

Todas essa vontades, dúvidas, certezas se confrontando aqui dentro, em busca de uma brecha pela qual possam sair e serem realizadas por inteiro.

E esse auto-controle que as impede de achar seu caminho para fora e faz com que meu corpo fique pequeno demais para tantas emoções e tamanhos sentimentos.

Então eu acho que por mais algum tempo eu vou continuar preso aqui com tudo o que não foi dito.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carta de Despedida

Querido amado,

estou escrevendo apenas para saber quando pretendes me abandonar. Isso mesmo, gostaria que me dissesse quando será de sua vontade me abandonar aqui nessa casa que já não me parece mais um lar, aqui onde nada mais faz sentido nem parece estar no lugar certo. Vejo em seus olhos que não me amas mais, então por que não parte de uma vez e me deixa aqui sozinho com tudo aquilo que não me é mais familiar? Talvez assim possa voltar a ser tudo o que não era antes de você existir, sim tudo o que eu NÃO era antes de você pois saibas que eu não era alegre, otimista nem vaidoso mas apesar de tudo isso eu era feliz!!! Sim eu era feliz com as minhas certezas e as minhas verdades, mas agora nada disso existe pois você me fez questionar cada certeza que eu tinha em minha vida e agora tudo o que me resta é o que você me deixou saber. Viu como sou uma pessoa patética agora que você chegou? tudo o que tenho foi aquilo que você me permitiu ter, o que você me ensinou a ser, e isso eu não quero mais. Portanto, faça suas malas e vá embora de uma vez, sem olhar para trás nem telefonar para saber como as coisas estão depois que você partiu; pois você ficará surpreso em saber que passo muito bem sem a sua presença ao meu redor, sem os seus braços para me acalentarem a noite quando tudo o mais tiver sido dito e feito.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O Circo Singular

Ir ao circo era como voltar as origens pra ele, todas aquelas máscaras e maquiagem que impediam o espectador de ver como aqueles artistas realmente eram simbolizava exatamente o tipo de vida que ele levava.

Ele conseguia se relacionar com o falso sorriso pintado no rosto do palhaço que não deixava transparecer quão frustrado por se sentir preso naquela pequena comunidade mesmo passando por tantos lugares diferentes; ao mesmo tempo a pequena lágrima escorrendo pelo rosto do palhaço fazia com que ele lembrasse quantas vezes havia derramado lágrimas tão falsas quanto aquela que por ora enfeitava o rosto do palhaço.

Ele projetava no número de dança da bailarina as opções que ele teve que deixar pra trás enquanto crescia, cada acrobacia o lembrava de como era doído colocar a razão na frente da emoção cada vez que devia escolher entre seus sonhos e os caminhos que haviam sido pré-traçados para ele.

O mágico lhe fazia pensar no quanto sentia falta de espontaneidade em seu dia-a-dia, de como havia perdido a habilidade de sentir prazer nos pequenos prazeres que tanto apreciava enquanto crescia e quão artificial e previsível a sua vida tinha se tornado.

E assim ele vivia aquelas duas horas de espetáculo, através de cada artista que passava pelo picadeiro ele fantasiava sobre realidades alternativas para sua própria vida enquanto se deliciava com a delicadeza e as sutilezas em cada apresentação.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aaah A Discrição...!!!

Depois de meia hora de conversa pequena e condescendente sobre assuntos datados e 3 interrogativas sobre como seus pais estão passando, outra meia hora de silêncio incômodo, bocejos e olhares envergonhados; finalmente ele vai ao ponto e com um olhar safado pergunta:

- E o coração, como anda?
Sem pestanejar você responde:
- Batendo... e lança um olhar de "que tipo de pergunta é essa?"
Ele fica sem resposta e apenas dá um sorriso sem graça e busca mudar de assunto...