domingo, 21 de novembro de 2010

Dúvida Sadomasoquista

Dúvida Cruel: por que mesmo sabendo que algo nos faz mal continuamos a fazê-lo?



Origem da Dúvida: Estou eu quieto em casa sozinho, cheio de livros e revistas para ler, filmes e seriados para ver, horas para dormir, cds para ouvir e etc mas ao invés de permanecer em meu conforto prefiro sair de casa e cair na boca do lobo, explico: eu sou o que se pode chamar de "ovelha negra" da família pois meus gostos destoam do que os outros projetam como "normal" e por causa disso sempre recebo olhares tortos quando estamos em uma discussão e eu exponho meu ponto-de-vista, por isso tudo não me sinto à vontade em estar com o resto de minha família- que diga-se de passagem é enorme e quando se junta é um pandemônio só...- mas de vez em quando faço o esforço supremo e vou aos encontros dominicais familiares. No caminho até lá vou imaginando que daquela vez tudo vai ser diferente e vamos todos ter um dia maravilhoso e pacifico juntos, respeitando e sendo respeitado, ouvindo e sendo ouvido e blah blah blah; mas ao chegar e começar a conversar as diferenças logo começam a aparecer e eu me sinto sendo excluído e repreendido por todos o tempo todo: "Menino não critique tanto", "Menino não ouça isso", "Menino não veja aquilo", "Menino goste disso", "Esse menino não pode ser normal" e por aí vai. E lá no final do dia eu acabo detonado e encolhido num canto enquanto todos se divertem vendo Faustão, Eliana ou Ana Hickman, e eu coninuo me perguntando o motivo de me fazer passar por isso tudo quando eu já sei onde vai dar.

sábado, 20 de novembro de 2010

Como Coelho...

"Os muito sem noção que me perdoem, mas o mínimo de auto-crítica é fundamental."

O Ricardão

Pra Raimunda tem tapinha na bunda,
pra Renata o tapinha é na cara,
mas pra você Roberta a mãozinha vai na ...

A vizinha tá toda molhadinha pedindo outro tapinha,
o maridão chega já da rua e vai ter confusão,
mas eu sou Ricardão e fogo eu não nego, não.

Eu traçando a mulherada,me esqueçi de cuidar de casa
Quando entro no quarto vejo a mulher de quatro.
Sem saber o que fazer, só ouvia a danada gemer
Foi aí que senti ar minha gaia crescer.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Oh, Criador

Enquanto os pássaros cantavam nas árvores, as crianças voltavam das escolas, carros e motos passavam apressados embaixo de sua janela ele apenas vislumbrava os passos que o haviam levado até ali; como era fácil se deixar levar por gestos passionais e inconsequentes, mas tampouco era difícil fazer se passar por duro e racional quando lhe coubesse. Ele havia vivido uma vida inteira de mentiras e fingimentos, pronunciava palavras como se elas realmente significassem algo além de representações limitadas - e limitantes -, distribuia carinhos com a mesma capacidade com que destilava seu veneno sobre aqueles que insistiam em cruzar seu caminho. Levava uma vida pública decente e satisfatória ao mesmo tempo em que na sua privacidade cometia os mais sórdidos pecados contra si mesmo e aqueles que jurava amar.

Enquanto o Sol se posicionava no ponto mais alto do céu, os vizinhos se ocupavam de sua tarefas corriqueiras, o rádio tocava a mesma música pela décima vez na mesma manhã ele continuava a dar prosseguimento a sua existência translúcida até que não mais se fizesse necessário.