quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Divagações

A preguiça entrou na minha vida, e parece que dessa vez veio pra ficar.

Eu fiz dela minha melhor amiga e dela não pretendo largar.

Então sabe-se lá quando por aqui eu vou postar...

wendedel

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Narciso

- Quem é você?

- Eu sou você.

-Não, não é.

-Sou, sim. Não me reconhece? Ou melhor, não se reconhece?

-Não. Quem é você?

-Claro que você não me reconhece.

-Por que não reconheceria se você alega ser eu?

-Porque só Narciso se reconhece.

-Mesmo que você seja eu, não reconheço essa parte minha.

-Claro que não. Já conheceu alguém que esteja contente com seu próprio reflexo?

-Narciso.

-E veja como ele acabou...

-De qualquer jeito, que parte de mim é você?

-A mais verdadeira. Aquela que você tenta esconder de todos- até de você mesmo. Mas também é a parte que mais aparece.

-E essas marcas em meu rosto? Estou tão velho!

-Ora, não se faça de tolo. Elas são o que você mais gosta em você mesmo, pois mostram tudo aquilo que você já viveu. Você deveria se preocupar mesmo era com as marcas em sua alma.

-Ora, você é apenas um espelho. Não reflete as feridas que trago na minha alma, logo as pessoas não veem o que trago dentro de mim.

-Não seja tão idiota, essas são as mais claras de se ver. Pois foram elas que definiram a pessoa que vocÊ é hoje. E todos sabem disso.

Ouve-se o som de vidro sendo quebrado e vê-se sangue pingando no piso branco.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Quiz da Semana

Eu sou amarelo de tanto evitar o Sol, tenho cabelo e barba loiros e uso camisas amarelas. Quem sou eu?

01) O erro da moda nº 15;

02) O cantor decadente de uma "grande" banda pop nacional da década de 80;

03) A versão brasileira do Joaquim Phoenix.

A votação se encerra na manhã da divulgação do resultado.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A Mudança

Certo dia ele decidiu que iria se retirar das discussões. Simples assim, resolveu se anular em favor de uma convivência mais amigável com aqueles que o cercavam.

A partir de então sempre que perguntado sobre um assunto preferia apenas repetir a opinião alheia a expôr seu verdadeiro ponto-de-vista. Se alguém pedisse para que fizesse uma abordagem pessoal sobre algum tema ele nunca saia da superficie do, pairando levemente por um determinado espaço de tempo até que achasse que tinha falado o suficiente.

E por algum tempo sua nova estratégia de convívio deu certo. Ele não estava mais o tempo todo em confronto direto com o outro, as pessoas passaram a aceitá-lo em seus círculos de amizade com mais facilidade, sua reputação mudou e agora ele era até encorajado a falar o que "pensava" sobre todos os assuntos que estavam sendo discutidos.

Mas então eis que ele mesmo começou a perceber que estava se tormando uma pessoa apática, distante e irreconhecível. Tudo o que ele sempre defendeu com tanta paixão tempos atrás parecia agora voltar para cobrar dele algum tipo de explicação pela mudança de atitude. E ele estava abatido demais para confrontar essas duas realidades tão diferentes: a defesa de suas próprias convicções contra a sensação de pertencimento que as "suas" novas ideias lhe permitia.

E por um longo tempo ele se anulou e conseguiu existir com essa dualidade dentro de si. Até que ele foi lentamente desaparecendo e as pessoas jamais perceberam pois ele agora era apenas mais um entre suas amizades e conhecidos e não era merecedor de tanta atenção quanto seria necessário para alguém notar que ele já não era mais aquela pessoa apaixonada e combativa de outrora.

E então ele simplesmente desvaneceu em uma nuvem de desilusões pessoais e esquecimento coletivo.

Meet Me Half Way

Quando não houver mais batalhas a lutar e eu estiver sozinho com minhas convicções
me encontre na esquina da Rua das Lembranças.

Quando ouvir dizer que todos os meus sonhos se tornarem apenas memórias de um tempo distante
me encontre no meio da Avenida dos Desesperados.

Quando souber que todos os outros me abandonaram e eu agora vivo nessa casa mal- acabada sozinho
me encontre na Alameda da Desilusão.

Quando me vir passar com um olhar perdido como se nada mais importasse
me encontre na Travessa Pequeno Principe.

Mas se acaso nunca tomares conhecimento de nada disso e mesmo assim quiseres me visitar moro na casa roxa, nº 06, bairro dos Recusados, na cidade da Solidão, país dos Esquecidos.

Estarei te esperando para tomarmos um café e colocarmos a conversa em dia, conversa dos tempos em que nosso amor parecia ser eterno e tudo se apresentava como possível. Por favor, só não me pergunte como vou agora que tudo acabou e estou sozinho com as recordações de um passado que insiste em não passar e ser esquecido.