quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Menino Amarelo pt. 3

Houve em tempo em que ele realmente acreditou que, finalmente, pertencia a alguma coisa.

Ele tinha um emprego estável,
um relacionamento amoroso correspondido,
uma momento familiar menos conturbado;
tudo parecia realmente crível e possível para ele que nunca antes havia experimentado toda essa calmaria de uma vez.
Ele chegou mesmo a fazer planos para um futuroa dois, programar viagens de férias, sonhar com almoços dominicais nas casas dos pais, e até levar uma vida mais saudável largando todos os seus vicios.

Contudo, um belo estranho dia de folga de todas as suas funções ele se pôs a pensar e refletir sobre todos esses aspectos de sua vida. E ele sentiu um imenso e súbito vazio, uma necessidade de mais, de ser mais, de ter mais- e não se referia a bens materiais-, de sentir mais, de ver mais. Então foi quando ele percebeu que o problema não estava no outro, ou no número de atividades que ele desenvolvesse simultaneamente; o ponto de insuficiência vinha dele mesmo e de sua constante necessidade de mudança e movimentação para que pudesse continuar s sentindo vivo.

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