quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Pequeno Zirax

Quando era pequeno ele acreditava ser capaz de realizar grandes façanhas, sonhava em ser um cosmonauta e ultrapassar os limites do Universo, por isso que seus filmes favoritos eram as ficções cientificas que ele adorava ver e rever enquanto se imaginava no lugar do moçinho desbravando Mundos até então desconhecidos e seus livros de cabeceira versavam sobre viagens no tempo e desbravadores destemidos que tomavam para si lugares distantes e perigosos.E a parte que ele mais gostava era quando os adultos lhe perguntava m o que ele queria ser quando crescesse e com todo o orgulho do mundo ele respondia um sonoro: "ASTRONAUTA!!!". Depois de um tempo seu amor pela aventura e pelo desbravamento foram se desvanescendo frente a realidade de que se quisesse ser bem-sucedido em seu sonho de criança teria que despertar um interesse jamais nem imaginado por temas por demais chateantes, tais como: matemática, fisica e bla bla bla; então ele resolveu abandonar seus sonhos e viver uma vida mais palpável e mediana.

Foi quando ele começou a se interessar por assuntos mais misteriosos e sobrenaturais, então seu foco passou para as obras que falavam sobre múmias,lobisomens,vampiros e todo a entrépida trupe de criações que eram feitas para assustar e enquadrar as criancinhas mais "serelepes e pimponas". Mas essa tática não funcionava com ele, muito pelo contrário se seus pais lhe compravam um livro de terror ele ficava mais empolgado ainda e queria era viver lado a lado os monstros suas histórias, e aí ele começou a perceber que não era como as outras crianças e começou a se afastar delas em favor de suas amizades interiores- e data dessa época sua mais antiga amizade que ele carrega até hoje, seu amigo imaginário ...-, com as quais podia realmente dividir seus anseios e aventuras. Mas em uma fatídica sexta-feira ele resolveu se juntar ao irmão mais velho e seus amigos e assistir ao filme "O Exorcista", aquilo lhe causou um mal-estar tão grande que ele teve que, pela primeira vez na vida, ir dormir com os pais, daí em diante o menino resolveu abandonar o inexplicável e se ater aos fatos da vida.

Nesse ponto a história de nosso herói fica um pouco turva pois ele finalmente supera seu trauma de gente e resolve ser um ser sociável e criar amizades que existam num plano mais físico, e ele então abandona qualquer tipo de individualidade para se sentir pertencente a um grupo especifico. Aqui ele já não liga mais para os livros, filmes ou qualquer coisa que tome algum tempo a mais de seus dias vazios. Essa fase do menino, assim como nos contos de fada, só irá acabar com a intervenção de alguém de fora que não é válido se revelar aqui mas podemos afirmar que essa pessoa apareceu e cumpriu seu papel na história.

Separado de seu grupo o menino se viu obrigado a preencher seu tempo de alguma forma, foi quando ele lembrou que não muito tempo atrás ele sempre pôde buscar refúgio nos livros e filmes. E foi o que ele fez, mas ele não sabia ao certo que tipo de leitura o satisfazia agora, seus filmes prediletos de outrora não mais significavam nada e o que era produzido não lhe falava nada. Então o menino entrou em uma profunda tristeza por achar que jamais conseguiria se encaixar nos padrões da sociedade. Foi quando ele viu um certo drama na televisão e aquilo parecia fazer todo o sentido do mundo, e dar ao Mundo um sentido; foi aí que ele resolveu mergulhar em um Universo povoado por amores não-correspondidos ou impossíveis de se realizarem plenamente.

Podemos dizer que o menino ainda se encontra nessa fase de sua vida, e talvez isso explique os motivos que o levam a achar que a cada novo amor que cruza sua vida esse será o eterno e duradouro que o levará de volta aos trilhos normais da sociedade. Pobre do garoto que ainda não se deu conta de que as formas de amar dessa mesma sociedade a qual ele busca desesperadamente pertencer não satisfazem suas necessidades e seus anseios. Mas deixa estar pois no fundo, no fundo ele é ainda apenas uma criança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário