terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sendo Burro e Vazio

Diazinho começou bastante bem: acordei cedo na casa de bff- best friend forever, viu como tô burro e vazio? até usando expressões de gente burra e vazia, leia-se paris hilton...-, tomei café- tomar café é modo de dizer porque não acordei com muita vontade de comer então fiquei na mesa fazendo companhia- com a bff e sua mãe enquanto trocavamos farpas e fofocas- hihihi atoooron!!!- e depois no caminho pro trabalho demos carona a um colega da bff que é uma gracinha e veio o caminho todo aguentando as nossas conversas que só faziam sentido em nosso mundinho mesmo.

Esperando o ônibus pra ir pro trabalho vejo um guapo beeeem bonitinho e fico fantasiando um affair com ele- algo bem inocente e sem pretensões de virar realidade- até que meu ônibus chega e vou embora.

Quando finalmente chego no trabalho sinto que vai ser um bom dia e fico na minha lendo noticias, atualizando o blog e lendo meus e-mails, e enquanto faço isso a menina da faxina chega cheia de amor pro meu lado dizendo que sentiu minha falta ontem e se mostrou toda interessada em meus problemas- mas eu como boa pessoa que não tem traquejo social trato de afastar a moça com alguns sorrisos de desconforto e volto a ficar sozinho na sala. Algum tempo depois do incidente com a faxineira chega a moça da maquiagem que veio assinar o ponto dela, e então ela solta a coisa mais bonita que já ouvi na minha vida: "Bom dia, pequeno!", e no mesmo instante eu paro de fazer tudo e me viro para ela com lágrimas nos olhos de tanta emoção, como se não fosse o suficiente ela me olha com um sorriso terno nos lábios e completa: "Pequeno principe, afetuoso e cuidadoso". Eu então fico sem palavras e começo a rir envergonhado, ela percebe minha timidez e vai embora com uma expressão de fada madrinha.

Confesso que demorei uns bons 30 minutos para me recuperar desse último evento, e quando eu finalmente havia me recomposto o que acontece? Comida!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A moça de outro setor chega com algo envolto em uma sacola de plástico, e eu começo logo a imaginar que o que mais gostaria nessa vida seria um pedaço- ou quem sabe até dois- de torta de frango- já que no dia anterior a minha bff se recusou a matar meu desejo e conseguir coxinhas de galinha pra mim hehehe- o que pra minha mais grata surpresa é o que se revela quando ela puxa o saco de plástico. Eu ser antissocial que sou fico no meu canto babando por um pedaço daquela torta que parecia bem sequinha e gostosa, enquanto outros abutres vem ao encontro do que me pertence por direito- ahn? me pertence por direito? como assim? despirocou louco? eu hein!!! isso é o que dá tentar ser burro e vazio!!!-, eu seco todo o meu eu interior que está sedento por um pedaço desse verdadeiro manjar dos deuses e bebo mais um gole de minha caneca de água- já é a terceira caneca em menos de uma hora. qual é o meu problema? quem liga? estou burro e vazio- quando uma outra alma vem ao meu encontro me autorizar a degustar daquela iguaria. Eu não me faço de rogado e vou logo ao encontrode meu amor eterno, quando chego lá ainda tento fazer uma brincadeira que não dá muito certo e então vejo que o caminho está livre para a minha avançada em direção ao meu objeto de desejo. Mas antes me faço de educado e civilizado e volto à minha sala para apanhar alguns guardanapos. E só então começo a saciar minha mais prazerosa vontade. Noto que todas estão ocupadas e então resolvo fazer uma brincadeira com minha presa, resolvi que iria prova-la com todos os meus sentidos e assim tirar o máximo gozo dela. Começo pelo tato ao sentir aquele pedaço de mau caminho sendo sustentado pela minha mão e começo a apalpar a massa de que foi feita, depois de um tempo fecho os olhos e fico imaginando em que estou pegando quando toco em cada centimetro daquela delicia, então resolvo decifrar que cheiros ela guarda para mim e a levo delicadamente ao meu nariz- enquanto observo que todas as mulheres que me cercam continuam ocupadas em seus afazeres- e fico apreciando cada ingrediente que foi utilizado para chegar a tão prefeito resultado, até que- começando a delirar- consigo ouvir algo sendo sussurrado de dentro dela. Penso que estou ficando louco e decido acabar com aquilo logo, mas a voz é mais forte do que eu e acaba me envolvendo em seus dizeres, e eles são lindos algo como o canto dos pássaros em dia que sucede uma noite chuvosa, ou ainda o som calmante de uma brisa de vento. Quase me perdendo entre cheiros e sons decido que aquilo já durou tempo demais e decido que o mais aguardado dos sentidos deveria assumir a situação. E então temos o encontro de meus lábios com aquele corpo que parece fazer parte de mim, mas que se fizesse eu arrancaria sem pensar duas vezes para ver saciado meu mais pleno desejo. E eu enfim posso sentir todo o seu sabor tomando conta de meu ser, e me levando a um tipo de gozo que eu nunca tinha experimentado- aquele que os famintos sentem quando lhes é ofertada a sua culinária predileta- eu podia sentir cada átomo, de cada molécula se partindo dentro de mim para ser destruido por uma solução gástrica e depois eliminados de meu corpo. A cada mordida a minha paixão por aquele pedaço de comida ia aumentando e eu ia me sentindo mais completo e preenchido, como algo tão banal poderia despejar tanto prazer e luxúria à minha existência? esse é uma pergunta que eu não vou saber responder. Mas eu me entreguei de corpo e alma a essa relação prazerosa e- como boa pessoa burra e vazia- não liguei para as consequências dessa escapadela em meu corpo. E só posso dizer que foi bom, foi mais do que bom foi perfeito algo que há muito eu vinha precisando vivenciar.

Agora deixe-me ir porque a realidade me alcançou e tenho que dar telefonemas- algo que detesto- para as pessoas mais chatas e burras e vazias da cidade. Mas nada vai me abalar hoje. E tenho dito.

2 comentários:

  1. confesso que a última parte do paladar ficou meio sem ritmo porque fui interrompido abruptamente pelo som do telefone tocando

    malz ae

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  2. eu quase babei decorrendo sobre as linhas da torta de frango.

    aff, vontadezinha....é isso!

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